Taciturno na calçada, conspiro o firmamento.
A alva que me purga as veias, a mente, os sentidos, já não é a mesma que me viu condensar a neblina nas mui antigas madrugadas de Solstício.
Anseio o eco do granito, o passo certo, carismático, inabalável em espírito e melódico
Inexorável, transparece a nostalgia, o profundo abandono, à muito abismada em águas de jasmim, tão serenas como ela. Sei-lhe de cor as perfeições da face, o sorriso paradoxal, que suga a dor de alma como o Diabo a rouba.
Ò musa da Meia-Noite, concede-me mais um vislumbre… um sorriso… uma valsa… um beijo… que me custa ter o fruto na mão, e vê-lo amargurar pela calçada fora.
Pelas muralhas um ressoo. Foge-me um batimento, o ar frio dos pulmões crepita na chama da lanterna.
Tudo o que sonho.
Talvez mais.
Só tu.
Divina
Gundisalvum Jacob, "Nervura Urbana"
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